terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O verdadeiro Tesouro

Ao longo de nossa vida, adquirimos falsos tesouros ...

A juventude é a fase em que mais sofremos as investidas do inimigo de Deus, enfrentamos as maiores batalhas e temos sentimentos à flor da pele. É uma guerra em que nos machucamos e ficamos, muitas vezes, mutilados. É difícil, porém, não ir para a guerra significa não conhecer o sabor da vitória. Quem não luta, não tem muitos problemas nem dificuldades, mas também não alcança a vitória. É assim que acontece com alguém que está em pecado: como um porco, se lambuza todo e se mistura tanto à lama, que não quer sair mais. E mesmo sendo lavado, o porco retorna à lama.



Quem não luta contra o pecado se torna semelhante a esse animal, acostumado à vida do chiqueiro. Muitas vezes, permanecemos no pecado e nas consequências deste, porque não quisemos lutar. Há uma história sobre um homem e seu baú cheio de tesouros, os quais colecionava e comercializava. Além do baú, possuía tecidos, tapetes, terras, gado, cavalos, casas, enfim, era muito rico. Viajava bastante e sempre comprava algo que não possuía. Assim foi ajuntando tesouros, até que, um dia, numa das viagens, deparou-se com uma pérola negra e encantou-se. Era a única no mundo!



Em nenhum dos lugares pelos quais já havia passado, havia visto aquele tesouro. Quis possuí-la e foi até o dono da pérola. Pelo fato de não haver nada parecido no mundo inteiro, o proprietário tinha todo o direito de pedir o valor que quisesse, e foi o que aconteceu. Ele pediu um preço tão alto, que era quase impossível alguém possuir todo aquele dinheiro. O comerciante achou o preço exorbitante, mas, como um bom negociante, fez o cálculo de todos os seus bens, incluindo a roupa do corpo, e percebeu que teria o dinheiro suficiente para comprá-la. Voltou para casa, juntou tudo, vendeu, comprou a pérola e saiu vestido com o mínimo necessário para não estar nu. Olhava o bem recém-adquirido sem ter para onde ir, pois tinha vendido a casa e tudo o que possuía. Achou então uma árvore e sentou-se à sombra, contemplando o seu tesouro. Ninguém era mais rico do que aquele homem, mas também ninguém era mais pobre do que ele. Nada custava mais do que a sua pérola e ele era feliz. Havia encontrado o que sempre buscara.



Aquele homem acumulou riquezas por toda a vida, achando que nelas seria feliz, até encontrar a pérola. E, quando a encontrou, teve de se desfazer de tudo para comprá-la. Nossa situação é parecida: não temos carneiros, tesouros, contas bancárias "gordas", cheque especial, muitos não têm carro nem cartão de crédito, mas, ao longo de nossa vida, adquirimos falsos tesouros, como o pecado, por exemplo. Ele nos impossibilitou de buscar o tesouro da felicidade e da paz, que é o próprio Deus. A mesma paz que Ele fez acontecer quando se levantou no barco e mandou o mar ficar calmo. Jesus é essa paz na agitação da vida. A alegria verdadeira e plena.

Muita gente procura esse tesouro em lugares impróprios e não o encontra. Sabemos que Cristo está em todas as pessoas, mas não em todas as situações. Existem situações em que somente o diabo está. E nessas situações é que, ao longo da vida, fomos buscar a felicidade: numa zona de prostituição, na boca de fumo, numa butique gastando além do que podíamos e ficando endividados. Buscamos a felicidade na violência, na loucura, na moda, na novela, na traição, em situações nas quais Deus não está, e acumulamos misérias dentro de nós.

Hoje, alegre-se! Sua busca acabou! Até mesmo o que temos de material, adquirido com muito custo e trabalho, passa a ter mais valor, mais sentido e mais gosto, porque encontramos o grande tesouro, que é o próprio Deus.


Do livro: “Sementes de uma nova geração”

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Alongamento

Quando conhece melhor o seu corpo você terá mais capacidade de se desenvolver, se referindo a força, resistência, flexibilidade e temperamento. Ultimamente muitas pessoas estão descobrindo que o exercício físico faz um bem danado pra gente.

Os alongamentos são um passo importante entre a vida sedentária e uma vida ativa. Ajudam no vigor e na flexibilidade dos músculos evitam certas lesões. Os alongamentos tem muita importância para aqueles que correm, andam de bicicletas, que fazem qualquer exercício desgastante ou dançam!

Os exercícios de alongamento são fáceis, mas se forem feitos de forma incorreta podem fazer mal ao invés de bem. Não se esqueça!
Não tem necessidade de forçar seus limites, faça até onde você consegue se alongar. Feitos sob medida, conforme a sua flexibilidade, estrutura muscular e de acordo com os níveis de tensão.

O mais importante é você relaxar, reduzindo a tensão muscular os movimentos ficam mais soltos, sem um esforço concentrado no objetivo da total flexibilidade que acaba tento superestiramentos e lesões.

O alongamento não provoca lesões, suas sensações leves e revigorantes permitem a sintonia com os músculos.

É preciso que pratique devagar, principalmente no início, pois não há como entrar em plena forma no primeiro dia.Todas as pessoas podem fazer alongamento, sem idade ou flexibilidade. Não precisa possuir habilidades atléticas ou estar no ponto máximo da condição física.

O alongamento reduz as tensões musculares dando a sensação de músculos relaxados. Traz muitos benefícios para a coordenação.
Previne as distensões musculares, um músculo alongado resiste as tensões. Facilita as atividades mais desgastantes e desenvolve a consciência corporal, libera os movimentos bloqueados causados por tensões emocionais.

Começar o dia se espreguiçando já é um bom começo!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Trabalhando com um coral

Nada se compara ao valor de um coral bem ensaiado, bem organizado, com expressões faciais e corporais animadoras! Quem não ficaria maravilhado em ter um coral de 50, 100, 200 ou mais pessoas, fazendo com que a união de tamanha equipe somasse musicalmente e também espiritualmente?
Então, quero deixar algumas dicas práticas.

1. Tenha um alvo. Escolha o repertório a ser ensaiado. Não se prenda a músicas antigas. Sempre tenha algo novo para apresentar! É bom ter músicas antigas com arranjos novos, roupagem nova. Mas não hesite em inovar sempre! Para seu alvo ser cumprido pense em estratégias que funcionem para seu grupo: Cada um adquirir um CD de ensaio simples, que contenha somente a voz de seu naipe.

2. Tenha sempre tempo para ensino. Durante os ensaios de seu coral, sempre busque ensinar – musicalmente e também estudos bíblicos. O povo erra por não ter quem os ensine. Separe momentos no início de cada ensaio para estudos variados – divisão de voz, presença de palco, expressão corporal e facial, princípios bíblicos, etc.

3. Valorize os membros. Nada melhor do que um líder que enxerga pessoas, e não somente multidão. Seja compassivo, seja atencioso. Envie cartões de aniversário; observe os semblantes, olhares e tom de voz. Às vezes as pessoas chegam cheias de problemas, e um líder que as conhece bem, é capaz de encoraja-las com palavras, tirar alguns minutos para orar com elas, perguntar o que está acontecendo, se preocupar genuinamente, etc.

4. Seja exemplo. Seja pontual. Seja uma pessoa de oração. Seja uma pessoa que busca aprender mais. Saiba ouvir sugestões. Aprenda a louvar em todo o tempo e nunca abrir os lábios para murmurar. Escolha a excelência – não ensaie umas poucas vezes, deixando que as músicas fiquem mal executadas! Busque excelência.

5. Resolva os conflitos. Se você é líder, deve observar sempre os relacionamentos do grupo entre si. NUNCA permita que as pessoas estejam com conflitos não resolvidos. Quanto maior o grupo, mais atenção deve ser dada à união. Se o líder não confrontar e resolver os problemas de desunião, a força e eficácia da equipe serão minadas a cada dia. Lute pela união com todas as suas forças. Esse é um dos seus alvos principais como líder – manter a paz, ordem e bom andamento de sua equipe!

Raquel Emerick

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Afinando sua Bateria

De uma grossa maneira, um tambor é um casco coberto, em suas extremidades, por uma membrana vibratória; quando a membrana é percutida, obtemos o som. As características desse som dependem de vários fatores: o material no qual é confeccionado o casco, o tipo de pele (membrana), a força do impacto da baqueta na pele, a área do impacto, a tensão da pele (o quanto ale está esticada), e a acústica do local.

Sofrendo a influência de todos esses fatores, a variedade de sons que podemos obter de um tambor é ilimitada. Um fator importante que atua nessa variedade de sons é a tensão que está sendo aplicada sobre a pele - que é a afinação. Tanto a composição quanto às medidas de altura, diâmetro e espessura do casco influenciam no timbre, volume e sustentação do som; mas a pele contribui em grande parte nas características do som final obtido.

Básico

A pele é fixada na borda do casco por um aro; o aro é fixado pelas castanhas. Apertando os parafusos o aro pressiona a pele contra a borda do casco. Quanto mais apertada a pele, mais alto será o som do tambor, quando percutido. Se você nunca afinou sua bateria antes, a melhor coisa a fazer é, em primeiro lugar, tirar as peles velhas. Se você colocar peles novas o resultado será melhor. Se você não sabe que tamanho de pele precisa, simplesmente você deve medir o diâmetro do tambor (geralmente em polegadas).

Cheque a borda do tambor. Está limpa? Qualquer defeito na borda pode influenciar no som.

Quando se coloca peles novas, alguns bateristas recomendam você colocá-las no tambor, apertar bem os parafusos e deixar assim por algumas horas; com a pele bem esticada, para tirar as tensões da cola que fixa a pele no aro. Depois que fizer isso, retire a pele do tambor e comece o processo de afinação.
Coloque a pele no tambor, o aro e os parafusos apertando-os com os dedos até onde conseguir (procure manter sempre a mesma tensão para todos os parafusos). A pele ainda estará frouxa. Agora você pode usar a chave de afinação. Aperte os parafusos sempre em cruz.

Comece pela pele de baixo (resposta). A primeira coisa a fazer é procurar igualar a tensão em todos os pontos da pele. Conforme você vai apertando os parafusos, vá controlando o som, percutindo na borda da pele, próximo a cada parafuso, e tente obter o mesmo som de cada ponto. Faça o mesmo com a pele de cima (batedeira).

A altura (afinação) da pele depende das características do casco, da tensão da pele de resposta e de sua relação com a afinação dos outros tambores.

As Características do Casco

Cada casco tem sua vibração numa certa frequência. Você pode determinar essa frequência pegando o casco sem as peles, segurando-o levemente, e golpeando-o levemente com uma baqueta de feltro ou borracha.

Quando a pele está sendo afinada, comece por uma afinação baixa (pele solta) e gradativamente vá aumentando a tensão. Você vai perceber que em alguns níveis de tensão a pele vibra bastante, enquanto que em outros ela parece "morta". O que acontece é que a frequência de ressonância do seu casco (a frequência na qual o casco vibra) também contribuirá para a vibração da pele, ou poderá cancelar essa vibração. O objetivo é encontrar aquele ponto onde a pele e o casco "trabalharão" juntos.

Tensão da Pele de Resposta

Você tem 3 opções para a afinação da pele de resposta:

· mesma tensão do que a pele de cima
· maior tensão do que a pele de cima
· menor tensão do que a pele de cima

Cada uma dessas opções produz diferentes resultados.

Mesma tensão para as duas peles

Isto produz um som com bastante "sustain" - (boom). O ataque pode ser preciso, depende da tensão da pele de cima (batedeira), e sua ressonância será longa. Sem uma variação de tensão entre as duas peles o som ficará "morto".

Pele de baixo com menor tensão que a de cima

O "decay" e "sustain" são diminuídos. Pouca definição de timbre.

Pele de baixo com maior tensão que a de cima

Aqui sim as coisas se tornam interessantes. Permite um melhor controle da ressonância e do timbre.

Quando você toca na pele de cima de um tambor, o ar contido neste tambor é imediatamente comprimido. Isso provoca a ressonância da pele de baixo. A pele de cima, por uma fração de segundo, é levemente abafada pelo contato da baqueta. Consequentemente a pele de baixo produz o som completo antes que a pele de cima. Então se a pele de baixo estiver mais tensionada que a de cima, você vai certamente ouvir o som dela ressonar primeiro, seguida pela pele de cima, dando o efeito de "pitch bend" - ( bwow).

Afinação Relativa com Outros Tambores

Há pessoas que dizem que afinam suas baterias em intervalos de terças ou quintas. Mas mesmo que cada tambor esteja afinado o timbre obtido pode não ser agradável. Em outras palavras, o tambor pode estar exatamente afinado numa nota e seu som (timbra), uma droga! O importante é procurar manter um equilíbrio; um intervalo que soe agradável entre um tambor e outro. Não há regras específicas quanto a isto, aja visto que cada estilo de música possui seus timbres particulares. Provavelmente você nunca irá ver um baterista de Reggae afinar seu instrumento como o Alex Van Halen afina o seu, por exemplo.

Você deve afinar e re-afinar sua bateria, especialmente se você toca vários gêneros de música. A experiência é o melhor caminho. Experimente novos sons sempre!

Bumbo

O bumbo é a "batida do coração" da bateria. O bumbo sempre terá duas peles - bem, porque ele tem duas peles se vamos percutir em uma só? E qual a função daquela abertura (furo) na pele da frente?

Todas as respostas mentem no complexo mundo da AFINAÇÃO. Muitos bateristas realmente não sabem como fazer o bumbo soar bem, eles apenas colocam um cobertor ou travesseiro no seu interior. A razão pela qual o bumbo é feito de madeira, e o porque das duas peles é esta palavra, que sempre está presente quando se fala de afinação de bateria: RESSONÂNCIA.

Ressonância é a vibração do tambor quando depois que você percute nele com a baqueta, ou do bumbo quando percutido com o "pirulito" (batedor do pedal). É o mesmo que pôr a cabeça dentro de um tambor de óleo e gritar "Alô" ( A l l ô ô ô ô, A l l ô ô ô ô ).

A verdade é que você tem que usar algo para abafar o bumbo. O quanto você vai abafar depende das dimensões do bumbo e do som desejado. Alguns bateristas usam um cobertor encostado na pele de trás e da frente, outros usam travesseiros. Existem também os "Muffles" de vários modelos e marcas, que são abafadores desenvolvidos pelas empresas que fabricam as peles.

Bem, o processo inicial de afinação é o mesmo de qualquer outro tambor. Coloque a pele, o aro e aperte os parafusos com os dedos até fixar bem. Depois aperte cada parafuso em cruz, como já mostramos anteriormente, procurando igualar a tensão em todos os pontos da pele. Como nos outros tambores, você deve experimentar vários tipos de abafadores e tensão nas peles. Novamente, o timbre vai depender muito do tipo de música a ser tocada e do gosto pessoal do músico.

Tome cuidado com o assunto - ressonância. Se seu bumbo tem uma "sobra" de som, seu groove pode soar indefinido, principalmente ao aplicar muitas notas no bumbo. Experimente, experimente, experimente!

Caixa - Afinação da Pele Superior

Coloque a pele e o aro. Com os dedos, aperte cada parafuso até que o aro faça pressão sobre a pele esticando-a um pouco. Os parafusos devem virar facilmente, não os force com a chave de afinação. Esteja certo de que todos os parafusos têm a mesma tensão.

Se há algumas "ondas" na borda da pele, você deve assentá-la com sua mão. Coloque sua mão no centro da pele e force apele para baixo várias vezes. Agora verifique novamente a tensão em cada parafuso.

Afinando cada Ponto de Tensão

Agora, com a chave de afinação, aperte levemente (meia volta da chave) os parafusos sempre de maneira cruzada. Conforme aperta os parafusos, toque no centro da pele para verificar o som, até que chegue numa tensão desejada.

Afinando a Pele de Resposta

A pele de baixo (resposta) é muito mais fina que a pele de cima porque ele tem que vibrar, permitindo que a caixa responda à esteira. Tome cuidado com a pele de resposta, é muito fácil danificá-la. Use o mesmo processo de afinação da pele superior, verificando a tensão em cada parafuso.

Ajustando a Esteira

Depois de colocadas e pré-afinadas as peles, coloque a esteira. Verifique se ela está centralizada, isto é, o mesmo espaço nas duas bordas.

Ajustes Finais

Agora você está pronto para fazer os ajustes finais. Coloque a caixa na estante, e vá experimentando - a tensão das peles, a tensão da esteira. Procure verificar o som obtido em vários níveis de dinâmica.
Toque os acentos e notas suaves, verificando se a caixa responde bem em todas as situações.
Nota: como sabemos, existem deferentes tipos de caixas em diferentes tipos de material, diferentes espessuras de aro, casco, e diferentes dimensões do casco também. Você deve observar estas características na hora de afinar sua caixa, respeitando seu "timbre natural".

Acústica da Sala

Tenha em mente que a acústica da sala onde está o instrumento é um fator decisivo no som obtido. Algumas salas vão deixar o som de sua bateria realmente bom, enquanto que outras vão simplesmente te "irritar". Neste caso, não há o que se possa fazer.
Lembre-se: quanto mais você experimenta, menos medo terá do processo de afinação, e você conseguirá obter uma maior variedade de sons interessantes de sua bateria.
Esteja aberto para mudanças sempre!

A origem das notas musicais

Foi o criador da pauta musical que batizou as notas musicais com os nomes que conhecemos hoje: dó, ré, mi, fá, sol, lá e si, baseando-se em um texto sagrado em latim, cantado pelas crianças do coral para que São João os protegesse da rouquidão:
UTqueant laxis
REsonare fibris
MIra gestorum
FAmuli tuorum
SOLve polluti
LAbi reatum
SANcte Ioannes

Que significa:

"Para que nós, teus servos,
possamos elogiar claramente
o milagre e a força dos teus atos,
absolve nossos lábios impuros, São João"

O sistema de Guido dArezzo sofreu algumas pequenas transformações no decorrer do tempo: a nota Ut passou a ser chamada de dó e a nota San passou a ser chamada de si(por serem as inicias em latim de São João, Sancte Ioannes), enquanto que a pauta ganhou linhas e espaços a mais, embora sua essência continue a mesma.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Postura, percepção e respiração

O canto é composto por várias partes: Respiração, articulação, percepção, técnica e interpretação. Antes de entrarmos detalhadamente em cada uma delas, vamos a algumas considerações gerais que são importantes e também fazem parte do ato de cantar:

POSTURA CORPORAL

Temos que sempre ter em mente que quando cantamos estamos utilizando um instrumento musical um pouco mais complexo que os demais: nosso corpo. Você nunca obterá grandes resultados se desconsiderar este fato, pois o mecanismo do ato de cantar está intimamente ligado a diversas partes do corpo, e uma desarmonia em alguma dessas partes prejudica consideravelmente sue rendimento como um todo. Preste atenção no dia-a-dia e veja que nossa voz não mantém uma constância, ela se altera de acordo com situações e circunstâncias que vivemos, principalmente relacionadas as emoções. Portanto as considerações feitas a respeito da parte física do nosso corpo são também reflexo de uma tentativa de harmonizar as emoções e ansiedades que sentimos, fruto de uma rotina estressante, carregada de responsabilidades, compromissos e obrigações. A postura corporal é muito importante neste ponto, pois quando cantamos precisamos sentir segurança, apoio, que não vêm, desta vez, de fontes externas, como um diploma ou uma conta bancária farta, e sim do nosso próprio corpo. Distribuindo o peso do nosso corpo entre os dois pés, observando em seguida um encaixe perfeito da cintura pélvica (quadril), em equilíbrio com os ombros e mantendo um ângulo de 90 graus para o queixo, podemos aproximar-nos de uma figura em equilíbrio. Mantenha ainda os joelhos levemente flexionados, e tenha certeza que a velha postura militar de peito para frente, barriga para dentro, joelhos para trás e calcanhares afundados no chão é extremamente desconfortável, falsa e prejudicial à saúde, pelas altas tensões musculares proporcionadas.

O PESCOÇO

A postura do pescoço está determinada pelos pés, joelhos, eixo corporal e pelo equilíbrio da cintura com os ombros. O pescoço necessita estar alinhado com a coluna, sem estar caído para a frente e muito menos para trás, mas sim perfeitamente equilibrado dentro do eixo corporal. Se o pescoço estiver alongado para cima, o trato laríngeo também estará alongado, passando a trabalhar em condições precárias; se estiver enterrado no peito, igualmente o trato vocal se vê aprisionado e sem possibilidade de realizar seus movimentos específicos.

ARTICULAÇÕES

Se as articulações estiverem muito tensas, no máximo de seu estiramento, é bem provável que o cantor tenha problemas na emissão das palavras e na produção da voz, portanto o relaxamento das articulações e músculos é fundamental estar presente na rotina de nossa vida.

RELAXAMENTO

A produção sonora do ser humano está ligada organicamente como um todo; desde a postura corporal ao funcionamento íntimo de órgãos e sistemas biológicos, ao desempenho do padrão de pensamento de cada um, ao tipo de cultura que envolve o indivíduo, bem como o seu potencial econômico, enfim, todos esses fatores estão envolvidos no ato da fala. Um indivíduo tenso está sempre muito próximo dos problemas da voz. As tensões musculares são responsáveis por dificuldades respiratórias, articulatórias e demais envolvimentos da produção da voz e da fala. Existem vários tipos de relaxamento, dependendo do nível de tensão que podemos estar sofrendo, e em se tratando de corpo e emoções é recomendável que se cuide de cada caso individualmente.

Um tipo de exercício que pode ser feito independente de análise é a soltura das articulações com movimentos giratórios lentos, indo do pescoço, ombros, braços até a cintura, joelhos e tornozelos. A energia psíquica flui melhor por um corpo relaxado, facilitando o contato com as emoções e a comunicação do cantor com o público.

RESPIRAÇÃO

A respiração é a base de toda a técnica de canto. A ela estão diretamente ligadas a afinação, colocação e volume da voz e resistência do cantor. Vejamos como funciona:

AQUECIMENTO

O ar, ao entrar no nariz, sofre um processo de aquecimento em virtude de uma grande concentração de vasos sangüíneos ali localizados e que se modificam segundo a alteração climática externa. Os vasos sangüíneos que irrigam a região contraem-se, segurando a circulação sangüínea por mais tempo quando a temperatura ambiente está baixa, dando a sensação que o nariz ficou gordo por dentro. Com este procedimento, a cavidade nasal fica muito mais aquecida, como uma estufa que vai favorecendo assim o ar que, na sua passagem pelo nariz, vai recebendo o aquecimento necessário ao bom funcionamento orgânico. No entanto, se o dia estiver quente, os vasos sangüíneos permitem uma circulação mais ativa, como se o nariz estivesse muito amplo. Essa regulagem calórica trabalha muito a favor do cantor, que só deve permitira entrada buco-nasal do ar em ambientes cobertos. Quando estiver ao ar livre, a entrada de ar deve ser feita pelo nariz, principalmente se estiver frio, evitando sempre que possível, que o ar gelado perturbe a mucosa da faringe ou mesmo da laringe, de onde poderia advir uma rouquidão indesejada.

FARINGE

É um tubo músculo membranoso que se inicia na base do crânio e segue até a Sexta vértebra cervical, onde tem continuidade com o esôfago e com a laringe, ocorrendo neste ponto o cruzamento dos sistemas digestivo e respiratório.

LARINGE E CORDAS VOCAIS

A laringe abre-se na base da língua. Situa-se na parte mediana do pescoço, comunicando-se com a traquéia na parte inferior e com a faringe na parte superior. Na laringe encontramos as cordas vocais, responsáveis pela produção do som. O treino da técnica vocal (vocalizes) irá atuar nas cordas vocais como exercícios de alongamento, fazendo elas irem de sua posição dilatada (sons graves) para a alongada (sons agudos) várias vezes, buscando aos poucos uma maior elasticidade que se refletirá em aumento da tessitura vocal e maior precisão na afinação das notas.

DIAFRAGMA E PULMÕES

O diafragma é um grande músculo em forma de cúpula, de concavidade inferior, que separa a cavidade torácica da abdominal. Ele fica abaixo dos pulmões, que são a principal área de ressonância das notas médio-graves.

Quando inspiramos, o diafragma desloca-se para baixo, deslocando a cavidade abdominal e ampliando a cavidade torácica, enquanto os músculos intercostais dilatam as costelas, promovendo uma pressão negativa em relação ao meio ambiente, induzindo-se o ar para dentro dos pulmões, como se fosse uma máquina de sugar instalada na base pulmonar. Teremos então a região abdominal e intercostal dilatadas, o que não deve acontecer com a parte alta do peito, que permanecerá relaxada para facilitar a liberação do ar na expiração. Nesta etapa, os músculos dilatados agora se contraem, empurrando a parte baixa dos pulmões, expulsando o ar para cima. Durante o ato de cantar, estes músculos devem ficar rígidos, mantendo a pressão nos pulmões para que tenhamos o apoio necessário para manter a voz corretamente colocada, sem ter que buscar força adicional na região da garganta. Enquanto cantamos, mantemos sempre uma reserva de ar na parte baixa dos pulmões, repondo apenas o ar gasto para a emissão das notas, o que nos dá condições de fazer inspirações curtas entre as frases cantadas. Óbvio que em frases ou notas longas podemos utilizar todo o ar armazenado.

ÁREAS DE RESSONÂNCIA

São as regiões ocas do nosso corpo onde o som se amplifica. As principais são: pulmões (ressoa notas graves e médias) e cabeça (ressoa notas agudas). Na cabeça temos a região nasal, que pode ser usada para realçar os timbres médios e metálicos da nossa voz. É importante lembrar que todo o aparelho respiratório serve como ressonância para os sons, e para manter uma voz sempre brilhante e jovem deve-se buscar as ressonâncias da face.

PERCEPÇÃO

Esta é a área mais intimamente ligada com a afinação, pois diz respeito ao desenvolvimento do ouvido musical. Qualquer som emitido na natureza é uma vibração, portanto uma freqüência. Notas musicais nada mais são do que freqüências, emitidas de maneira ordenada dentro da faixa de percepção do ouvido humano. Se o ouvido musical não for treinado, o ato de cantar estará seriamente comprometido. Neste caso, vale ressaltar que percepção é basicamente sinônimo de concentração. Nós trabalhamos com dois tipos de memória: memória fotográfica e memória motor. A memória fotográfica registra os fatos, enquanto a motor simplesmente repete aquilo que registramos. Quanto mais concentrados estivermos no fato, mais facilmente este será incorporado, e mais rapidamente a memória motor estará atuando. Por isso é importantíssimo que na hora de se trabalhar a memória fotográfica o objeto de estudo seja registrado sem erros. Isto vale não só na percepção, mas também na incorporação da respiração, articulações e técnicas de canto, que devem ser estudadas em períodos curtos e várias vezes ao dia, sempre com regularidade e disciplina, para que surtam efeito. No caso da percepção, os exercícios serão elaborados em cima dos intervalos musicais, dentro da tessitura vocal do aluno. Os vocalizes também ajudam muito nesse processo.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Exercícios teatrais

Contar a mímica feita por outro

Um ator vai ao palco e conta, em mímica, uma pequena história. Uma segundo ator observa enquanto que os outros três não podem ver. O segundo ator vai ao palco e reproduz o que viu, enquanto os outros dois não vêm: só o terceiro. Vai o terceiro e o quarto o observa, mas não o quinto. Vai o quarto e o quinto o observa. Finalmente vai o quinto ator e reproduz o que viu fazer ao quarto.

Compara-se depois o que fez o primeiro: em geral, o quinto já não tem nada mais a ver com o primeiro. Depois, pede-se a cada um que diga em voz alta o que foi que pretedeu mostrar com a sua mímica. Este exercício é divertissímo

Variante: cada ator que observa tenta corrigir aquilo que viu.

Por exemplo: imagina que o ator anterior estava tentando mostar tal coisa, porém que o fazia mal - dispõe-se então a fazer a mesma coisa, porém bem - eliminando os detalhes inúteis e magnificando os mais importantes.

Sugestões Interpalco

O Método

Com a chegada do Teatro de Arte de Moscou sob a supervisão direta de Konstantin Stanislavsky, este novo método de interpretação espalhou-se pelo mundo. Uma boa parte dele permaneceu igual a como ele ensinava. Outra foi abandonada, modificada ou ampliada para suprir necessidades de uma sociedade em mudança.

Mas, basicamente seu sistema tem sobrevivido intacto a quase todos os abusos feitos. Até sua ênfase na realidade, na beleza da natureza, na dignidade da vida foram criticadas como vulgaridades simplesmente porque a verdade foi levada ao palco.

Houve professores universitários de teatro que rejeitaram seus ensinamentos: instrutores, professores de teatro e outros que deturparam e deformaram seus significados para satisfazer suas próprias vontades. Atores também têm rejeitado Stanislavsky ao aderir a uma forma exagerada de interpretação. Mas a verdade é uma adversária terrível porque a natureza está do seu lado.

Muitos atores negam que suas representações sejam exageradas porque tentam evitar seu método. No entanto, não percebem que o esforço para ser eficiente ou agradar facilmente, leva a um comportamento errado no palco. Isto é só um outro exemplo da necessidade de auto-consciência.

Com esta consciência, o ator percebe que o exagero e a grandiosidade são, na maioria dos casos, erros.

Como nós aprendemos com a experiência (e através do processo de eliminação), o próximo problema que temos pela frente é exatamente o oposto, não deixando de ser outro tipo de exagero: representar de forma atenuada, minimizando a realidade.

Os atores do Método também tornam-se vítimas deste defeito durante treinamento. Exagerar qualquer coisa no palco tornou-se um pecado tão sério para os seguidores do Método que muitas vezes somos obrigados a “nos contentar em ser natural” ao invés de dar vazão às expressões, mesmo que elas estejam totalmente em harmonia com a realidade da situação. Isto é tão errado quanto exagerar.

Portanto, uma fala lida com naturalidade e simplicidade, está mais de acordo com a realidade do que o risco de forçar uma emoção que pode soar falso. Os méritos da verdade devem ser nossa meta. Nem mais, nem menos.

A forma de representar que acabamos de discutir é chamada atuação exagerada, mas este termo é contraditório em virtude da definição da representação para o ator moderno.

Representar é alcançar a realidade no palco, exagerar seria negá-la. Representar de modo exagerado inclui a utilização de gestos e expressões vocais convencionais. Se a vida interior do personagem está ausente, o ator acabará recorrendo a tais clichês. O problema de exagerar é que o ator pode facilmente convencer-se de que está “vivendo mesmo” o seu personagem.

Quando um ator prepara seu papel corretamente, ele transforma-se naquele personagem no palco. Claro que não deve deixar de ser ele mesmo, mas também é necessário que deixe de ser como é para seus amigos e família.

Todo o seu êxito na realização plena da sua caracterização reside na sua confiança, na realidade da sua própria expressão pessoal individual em oposição aos tipos de expressões clichês. O ator que conta com os dons naturais e com sua própria individualidade é um artista criativo. Aquele que não for treinado a usar sua expressão individual e não conseguir utilizar a si mesmo para ser o personagem que está interpretando, está preso e limitado ao convencionalismo.

A sua voz raramente recorrerá a tons e modulações , ele vai sacudir os punhos, bater na testa, mover os olhos de forma falsa, apertar os dentes, fazer caretas, esbravejar, colocar a mão no coração, e recitar sem emoção.

Imitar este estilo convencional de representação que, infelizmente tornou-se quase uma tradição, é ridículo. É certo que existem atores que freqüentemente exageram com perfeita habilidade. E estes mesmos são os que sempre exclamam que os momentos primorosos de pura criação e satisfação artística no teatro vieram daquelas raras vezes que sentiram-se “inspirados” no papel e pareciam “viver” o personagem.

Seria muito mais gratificante para os seus espíritos criativos como artistas se eles pudessem treinar seus mecanismos para criar estes impulsos sempre!

O melhor que um ator pode aprender com uma representação pouco inspirada é a certeza que, quando ocorrem momentos de verdadeira inspiração na peça, todos os outros momentos provavelmente foram falsos!

O ator que desejar atingir um talento artístico verdadeiro na sua profissão deve literalmente lutar pela verdade das suas convicções por toda sua vida, tanto no palco quanto fora dele. Ele não deve desistir até conseguir trazer ao palco o que todo ser humano produz naturalmente na vida.

A Saúde Vocal

A utilização da voz humana como forma principal ou exclusiva de trabalho categoriza as profissões em dois grandes grupos: vocais e não-vocais.

As áreas da comunicação e artes, em especial os locutores, cantores e atores fazem parte do grupo dos profissionais vocais. Para estes a voz é seu principal instrumento de trabalho, embora nem sempre eles tenham consciência disso. É importante ressaltar que para ser um bom profissional desta área é fundamental cuidar bem da voz, mantendo saúde e estética vocal. Para tanto deve-se buscar a orientação e acompanhamento vocal com profissionais habilitados, pois a manutenção saudável e estética da voz garantem a estes permanência no mercado de trabalho.

Hoje, na era da comunicação, já é mito afirmarmos que somente os vocalmente "bem-dotados" podem exercer profissões vocais. As práticas fonoaudiológicas, legalmente reconhecidas na área da saúde, auxiliam no desenvolvimento do potencial vocal saudável sem recursos medicamentosos ou cirúrgicos. Apesar disso, o desconhecimento da higiene vocal tem levado muitos a manifestarem doenças laríngeas leves, e as freqüentes repetições destas afecções chegam até mesmo à agravamentos que culminam em tratamentos cirúrgicos.

O alto índice de alterações vocais nos profissionais da voz tem merecido especial atenção dos fonoaudiólogos, pois a utilização da voz inadequada, resulta em uso abusivo do aparelho fonador. A exposição aos fatores nocivos como falar/cantar prolongadamente em ambientes ruidosos, sem tratamento acústico apropriado, ou mesmo o inocente hábito de pigarrear bruscamente, sempre antes do ato da fala, deixam o falante mais vulnerável. Alguns profissionais utilizam erradamente como prevenção aos problemas vocais pastilhas, conhaques, gengibre, sprays, entre outros. É ainda muito comum encontrarmos locutores, atores e cantores dedicando grande parte do seu tempo em ensaios e preparos de leituras, sem contudo investir igual atenção na forma saudável de apresentá-las.
É preciso conhecer e desenvolver medidas preventivas, mudando pequenos hábitos e comportamentos no nosso cotidiano, não apenas quando a rouquidão aparece. Alguns cuidados básicos devem ser observados, como:

1- disciplinar os horários de trabalho para que haja repouso vocal após cada apresentação;

2- hidratar-se com 7 à 8 copos de água por dia;

3- evitar a ingestão de drogas inalatórias ou injetáveis que têm ação direta sobre o laringe e a voz, além de alterações cardiovasculares e neurológicas.

4- evitar o uso do fumo, inclusive da maconha, pois a aspiração provoca um super aquecimento no trato vocal deixando a voz mais grave (grossa);

5- utilizar roupas leves que permitam a livre movimentação do corpo, principalmente na região do pescoço e cintura, onde estão situados a laringe e o músculo diafragma;

6- evitar a ingestão de refrigerantes, comidas gordurosas ou condimentadas, pois estes produzem gases e refluxo gastroesofágico prejudicando os movimentos respiratórios, além de lesar a mucosa;

7- evitar as mudanças bruscas de temperatura no ar ou líquido;

8 - evitar ingestão de açucares, adoçantes e outros tipos de doces antes de apresentações.

9- realizar exercícios de relaxamento regularmente, liberando a tensão corporal evitando a produção vocal com esforço e tensão;

10- realizar avaliações auditivas e fonoaudiológicas periódicas.

11- manter a melhor postura da cabeça e do corpo durante a fala ou canto.

12 - Evitar gritos e alterações desnecessárias da voz.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Classificação das vozes

Não temos somente um tipo/tom de voz para cantores, mas vários deles, que vão das tonalidades mais agudas até as mais graves. Descrevo abaixo os tipos que são atualmente utilizadas nas representações:

Vozes Femininas:

• Soprano: É a voz mais aguda por parte das mulheres. Muitas óperas tem o nome da própria soprano como título (Ex.: Tosca, Madame Butterfly, Manon Lescaut, Turandot...). Segundo alguns amantes da Ópera, existem dois tipos de sopranos: aquelas no qual o timbre de sua voz, de tão melodiosa e suave, confunde-se com a própria música da orquestra, e aquelas que são tão soltas, fortes e indomáveis que acabam por levar a platéia ao delírio, em interpretações que se tornam históricas (este era o caso de Maria Callas).

• Mezzo-Soprano: É como uma soprano, mas possui um tom de voz levemente mais grave do que a mesma. Pode representar diversos papéis dentro de uma Ópera, como irmã, amiga, ou às vezes até inimiga ou rival da soprano. Uma das mais mais famosas mezzo-sopranos do século é a espanhola Tereza Berganza. Ela inclusive apresentou-se em 1992, na abertura dos jogos olímpicos de Barcelona, juntamente com Plácido Domingo (Tenor), José Carreras (Tenor), Giácomo Arragal (Tenor), Juan Pons (Baixo) e Monserrat Caballé (Soprano).

• Contralto: É a voz feminina mais grave da ópera. Geralmente ocupam papéis de mulheres mais velhas (como é o caso do baixo para os homens), que exige maior imponência. Se houver, na Ópera, alguma matriarca, provavelmente será uma Contralto.

Vozes Masculinas:

• Tenor: É a voz mais aguda por parte dos homens. Os papéis de maior importância, com raríssimas exceções, sempre são destinados à eles, que em conjunto com as sopranos, formam os protagonistas da História. (Ex.: Calaf, Rodolfo, Otello, Nemorino...)

• Barítono: É uma voz intermediária entre o Tenor e o Baixo. Os Barítonos são, na maioria das vezes, os vilões da História (Quem não se lembra do “Barão Scarpia”). Tem voz mais macia que a do tenor, porém mais imponente, quando necessário. E sempre disputa a amada com o Tenor.

• Baixo: É a voz com tonalidade mais grave da Ópera, atingindo certas vezes tons muito abaixo dos tenores ou até mesmo dos barítonos. Por possuir estas características, os papéis que melhor se encaixam são os de Pai, nobre e generais, pois transmitem muito peso.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Percepção Musical

Quem nunca ouviu falar em solfejo musical? Solfejar significa simplesmente cantar as notas (ou melodias) escritas. A instrução musical começa com a leitura das notas musicais. Mas, somente a leitura, sem uma idéia sonora, não resolve nada. É indispensável, para qualquer músico, ouvir internamente o som da escrita musical.

O treino do solfejo, juntamente com os estudos rítmicos e de ouvido (ditados), ou simplesmente a percepção musical, é a maneira mais aconselhável para a aprendizagem da imaginação musical e para o desenvolvimento da musicalidade. A percepção musical pode ser considerada a porta do pensamento musical consciente.

Assim como qualquer músico, o guitarrista deve ser capaz de ter em mente a idéia exata sobre a altura da nota antes mesmo dela ser tocada. O compositor deve, da mesma forma, ser capaz de dominar este ouvido interno, o que explica inclusive como um compositor com deficiência auditiva - lembre-se de Beethoven - pode compor.

Um dos pré-requisitos para o estudo da percepção musical deve ser o domínio da teoria musical, ou pelo menos dos intervalos musicais e das escalas maiores e menores. Já contando com este conhecimento teórico, o estudo deve ser da natureza puramente prática. A filosofia principal é o entedimento da lógica da percepção musical. Um idéia para treinar a percepção musical pode ser a seguinte:

1. A percepção tonal
2. A percepção por intervalos
3. A combinação de ambas

Na percepção tonal, entendemos todas as notas de uma melodia como graus da escala em determinado tom. Os graus principais ou básicos são 1°, 3° e 5° graus, ou seja, os graus são chamados de graus secundários ou dependentes. Os graus secundários são deduzidos dos graus principais.

Dessa forma, aprendemos não as notas absolutas, mas os graus da escala que as notas representam em determinado tom. Isso significa que precisamos aprender a cantar somente uma escala maior e aplicá-la em várias alturas; o mesmo ocorrenco com a escala menor. Uma vantagem desse método é que treinamos cantar em todos os tons desde o início dos estudos. Outra vantagem é que desenvolvemos um sentido funcional-tonal desde o princípio e que certamente será bastante útil para os estudos posteriores de harmonia. Todo esse trabalho é direcionado para desenvolvimento de um ouvido relativo, mais acessível para a maioria das pessoas do que o ouvido absoluto.

Um pouco problemático no início é a nomenclatura. Para os guitarristas que estão acostumados a chamar as notas de C, D, E, etc, as sílabas dó, ré, mi, etc, são usadas para designar os 1°, 2°, 3°, etc, graus. Em português, estas sílabas expressam o nome das notas e, para evitar confusão, optamos pela pronúncia dos números correspondentes a determinado grau de escala. Inicialmente, devemos pronunciar rigorosamente estes números. Em seguida, podemos substituí-los por uma sílaba neutra (por exemplo, lá). Devemos, no entanto, evitar de pronunciar o nome real da nota.

Na percepção por intervalos, entendemos todas as notas de uma melodia como uma série de intervalos. Dominando os intervalos isolados, podemos aplicá-los na melodia, alternadamente.

Cantar palavras como, por exemplo, terça maior, etc, não seria nada prático. Optamos, então, pela pronúncia dos modelos de intervalos. Por qualquer quinta justa descendente, sol-dó, etc. Inicialmente devemos pronunciar rigorosamente os modelos. Em seguida devemos substituí-los por uma sílaba neutra. Mas, devemos evitar sempre de pronunciar o nome real da nota .

No início, o método por intervalos é bastante difícil mas, com o passar do tempo, acaba se tornando mais fácil do que o tonal.
Um pouco problemático é que um intervalo cantado errado causa um erro das alturas em todo o resto da melodia.

Tendo em vista estes dois métodos, o ideal é uma combinação de ambos que, com certeza, garantirá uma maior segurança (quase absoluta) no estudo da percepção musical. Experimente praticar com ambos os métodos e combinando-os. Os resultados podem ser muito bons.