quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Entrevista com Ricardo Sá

Qual é a importância da música católica na evangelização dos novos tempos?

A música tem a importância como um veículo de fácil acesso ao coração das pessoas. Quantas vezes cada um de nós se surpreendeu com uma música registrada dentro de nós de uma maneira passiva. Quantas vezes você canta uma música de que nem gosta, mas que não sai da sua cabeça. A música tem a característica de penetrar em nossa alma. Só isso bastaria para explicar que, – quando ela tem o seu conteúdo evangelizador explícito –, é um meio de comunicação fundamental para a evangelização dos tempos de agora.

O que rege a qualidade de uma música católica?

Está tudo fundamentado na pessoa: ela é a base da música. Eu digo isso baseado no fato de que nós estamos no momento em que o nosso testemunho pessoal é mais importante que qualquer canção que possamos cantar. Por isso, não coloco a música no “topo” desta coisa toda, mas o músico, o evangelizador, e a qualidade de vida dele como cristão, como seguidor de Nosso Senhor. O mundo anda confuso por uma falta de referência. Se não nos tornamos referência daquilo que nós cantamos ou da luta de viver o que nós cantamos, estamos “nos apunhalando” pelas próprias mãos. Quem faz a música católica é o católico.

Que tipo de formação um músico católico deve buscar?

Penso que podemos levar em conta alguns pontos. Em primeiro lugar, uma formação que faça o músico ter uma experiência da Igreja, ou seja, que esteja ligado a um grupo de oração, de jovens, a uma pastoral ou à paróquia. Se isso não acontece, pode ser perigoso ou até mesmo deformador. Esse ministro [de música] é enviado por alguém, ele vai em nome de alguém, e isso gera situações de muita formação.
Ele precisa também de formação profissional do que faz, e quanto mais conseguimos fazer isso da melhor maneira, tanto mais o exercício do ministério gera eficácia, mais do que eficiência. Estamos falando de evangelização e música. A unção, por exemplo, vem sempre do sobrenatural, assim a nossa parte é fazer tudo aquilo que podemos para nos capacitar. Mas como falamos de evangelização, precisamos ter como foco a eficácia dela. Eficácia diz respeito àquilo que funciona e eficiência àquilo que é sempre bem feito. Então vamos separar bem essas coisas, pois o nosso negócio não é música simplesmente, mas sim, evangelização.

Fonte: blog.cancaonova.com

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